A jornada rumo ao Net Zero e descarbonização de edificações é uma etapa fundamental para reduzir as emissões de carbono ao redor do mundo.

Mundialmente, esse tema torna-se cada vez mais importante, já que nos aproximamos cada vez mais da data limite estipulada durante o Acordo de Paris, para redução das emissões de carbono em até 40% até 2030.

Faltando pouco mais de seis anos para o fim do prazo, instituições públicas e privadas estão em busca de soluções para reduzir as emissões, levando em consideração quase a totalidade das operações de uma organização. 

No entanto, é importante que os gestores de ambientes prediais não sejam vítimas de mitos sobre as estratégias de descarbonização em edifícios. Listamos aqui alguns dos mais comuns:

 

Quais são os maiores mitos sobre o net zero e descarbonização de edifícios?

 

MITO: Um ambiente de construção habilitado digitalmente é uma etapa desnecessária e excessivamente complexa na jornada para zero de emissões líquidas.

FATO: Você nunca alcançará sua meta de descarbonização sem um ambiente de construção digitalizado.

A capacidade de rastrear continuamente dados sobre o uso de energia e as operações fornece aos operadores de edificações as informações sobre o desempenho de um ambiente ou sistema de infraestrutura – é onde estão os “vazamentos”. 

Com esses dados inteligentes, ajudamos a contextualizar o status atual a fim de encontrar oportunidades de melhoria. É uma ferramenta para definir metas, alcançar a conformidade e atender aos requisitos de relatórios.

Um edifício digitalizado coleta dados automaticamente e compartilha essas informações em painéis em tempo real. Ele também envia relatórios programados regularmente às partes interessadas e ajusta as configurações de acordo com o feedback. 

Nós sabemos que as empresas podem ficar tentadas a coletar dados manualmente, mas essa é uma tarefa assustadora – consome um grande número de funcionários e uma quantidade dispendiosa de tempo – especialmente em grandes organizações. 

Além disso, coletar e analisar dados com rapidez suficiente para serem úteis são inviáveis se esse processo depender totalmente de pessoas, já que não estamos aptos a cruzar essas informações com a agilidade necessária para evitar problemas em curto prazo.

A digitalização é fundamental para a rápida análise de informações, validação de programas e saúde operacional. E é vital à medida que se implementam estratégias de descarbonização.

 

MITO: Não preciso reduzir o uso de energia dos meus edifícios para atingir o net zero – posso comprar certificados de energia renovável (RECs) para chegar lá.

FATO: Você provavelmente precisará abordar sua oferta e demanda de energia em seu caminho para a emissão líquida zero.

Um REC é um instrumento baseado no mercado que representa um megawatt/hora de eletricidade entregue à rede a partir de uma fonte renovável. 

As empresas podem adquirir RECs como forma de contribuir para o uso geral de energia renovável. Embora a aquisição de um fornecimento de energia renovável seja um componente de todo programa de emissões líquidas zero, não pode ser a única estratégia. 

A procura de REC acabará por ultrapassar a oferta e o mercado não será capaz de comprar RECs suficientes para resolver a questão da descarbonização. 

Além disso, à medida que a procura por REC aumenta, o custo continuará a se elevar. Isto torna os projetos do lado da procura mais atrativos e pode tornar inviável continuar a depender das RECs como uma parte importante da solução.

No panorama geral, nada é melhor do que a energia não utilizada, e a redução de energia é um componente central de todos os programas de descarbonização.

 

MITO: As empresas devem sacrificar uma estratégia de construção saudável/confortável para descarbonizar.

FATO: Seu prédio pode ter emissões líquidas zero e ser um ótimo lugar para trabalhar ao mesmo tempo.

É verdade que a qualidade do ar ou os itens de conforto dos ocupantes podem aumentar o consumo de energia.

No entanto, existem estratégias disponíveis para gerir as emissões desses produtos, incluindo a descarbonização do calor através da eletrificação e tecnologias com eficiências térmicas que podem atingir acima de 100%. 

É possível projetar equipamentos mecânicos de construção para encontrar o equilíbrio certo para alcançar ambos os resultados.

A qualidade do ar e as emissões de carbono não precisam estar em conflito. É importante abordar a qualidade do ar e os níveis de conforto dos ocupantes, reduzindo simultaneamente as emissões. 

Afinal, todos os ocupantes dentro de uma edificação são o núcleo do propósito dessa instalação.

 

MITO: A descarbonização é apenas para edifícios novos. É muito difícil conseguir isso em edificações mais antigas ou históricas.

FATO: Você não pode ignorar seu parque imobiliário atual e esperar atingir sua meta.

Aproximadamente 2/3 das edificações que existem hoje, ainda estarão aqui em 2040. Por isso, as instituições precisam trabalhar na descarbonização, tanto dos edifícios antigos como dos novos. 

A boa notícia é que isso pode melhorar a eficiência energética e a sustentabilidade ao resolver fugas, aumentar a eficiência do HVAC, substituir sensores e outras melhorias. 

Isso lhe dará uma vantagem inicial em seus objetivos. Modelos “Saas” ou acordos baseados em resultados são ótimas maneiras de preservar o capital e, ao mesmo tempo, atender às necessidades operacionais de sustentabilidade e de resiliência de suas edificações atuais.

Esses modelos, que adotam uma abordagem abrangente desde a linha de base até a execução na medição de resultados, podem ser aplicados a todos os tipos de edifícios, incluindo novos ou edifícios existentes.

A propósito, os novos edifícios nem sempre são perfeitos. É importante compreender que, com novas construções, as construtoras enfrentam pressão em torno do custo inicial X o custo de propriedade a longo prazo. 

Por isso, durante qualquer novo processo de construção, certifique-se de que seus parceiros não sacrifiquem a sustentabilidade e a resiliência de longo prazo em razão de economias de custos no primeiro dia.

 

MITO: É mais barato supervisionar você mesmo os esforços de descarbonização e contratar vários fornecedores. Atingir o Net Zero é muito caro.

FATO: A parceria com especialistas em rede zero como serviço, pode economizar tempo e dinheiro por meio da terceirização com uma abordagem de resultados garantidos.

Como líder, você deve escolher onde investir seu orçamento, tempo e foco. A maioria das empresas deseja que os funcionários se concentrem em melhorar o desempenho dos negócios. 

É por isso que faz mais sentido financeira e estruturalmente contratar especialistas em construção para supervisionar os esforços de descarbonização de um portfólio de instalações e responsabilizar esses parceiros por acordos baseados em resultados.

Um argumento para esta abordagem é que os líderes, muitas vezes, ficam chocados depois de verem quanto custará a descarbonização e acabam por não fazer nada.

Infelizmente, não conseguir descarbonizar é ainda mais caro para o seu negócio, para a comunidade local e para o planeta a longo prazo. Isso fica claro quando você aplica o custo do carbono às suas equações.

Outro motivo é o grande risco de fracasso ao agir sozinho – você pode acabar com uma abordagem fragmentada muito cara que não afeta muito suas metas gerais de emissão líquida zero. 

A contratação de técnicos de construção é um desafio bem conhecido, e essas funções são necessárias para garantir que você atinja as metas de descarbonização da sua empresa.

Ao transferir, como serviço, o risco para um parceiro, você pode garantir que suas metas e métricas operacionais sejam alcançadas dentro do prazo e do orçamento. 

As empresas da indústria da construção que oferecem emissões líquidas zero como serviço têm percursos e avaliações adequadas para contratar, formar e gerir centenas, até mesmo milhares, de pessoal técnico, incluindo analistas de edifícios de alta tecnologia e especialistas em infraestruturas sustentáveis todos os anos.

É uma operação mais escalonável que a maioria das empresas não consegue assumir sozinha.

Além disso, lembre-se de que os projetos de descarbonização são locais e globais. Eles precisam ser entregues localmente, mas gerenciados de forma holística em todo o seu portfólio de edificações.

Isso ocorre porque pessoas, processos, tecnologia, equipamentos e coleta de dados trabalham em sincronia em toda a organização. Selecionar um parceiro com capacidade local, nacional e internacional que corresponda à sua presença é fundamental.

Os líderes das empresas não têm de delegar todas as tarefas de descarbonização no modelo como serviço, mas devem compreender os riscos e benefícios do que mantêm X o que delegam ao tomar a decisão.

 

MITO: Você pode começar seus esforços de descarbonização mais tarde – ainda há tempo.

FATO: Muitas empresas já estão atrasadas em seus planos de descarbonização e isso só se tornará mais difícil e mais caro no futuro.

A descarbonização veio para ficar. Não é apenas uma questão planetária, mas uma questão empresarial.

As empresas já competem com os seus pares por dólares de investimento, clientes e fornecedores, em parte com base em esforços de sustentabilidade. Isso se tornará ainda mais importante nos próximos anos.

Em última análise, esse mito é o mais prejudicial. Quando os líderes acreditarem que trabalhar para a descarbonização é algo que pode começar no ano que vem, no ano seguinte ou na próxima década pode ser tarde demais e se encontrarão em um beco com poucas saídas.

As empresas que não começarem agora ficarão sem os parceiros e os recursos necessários para atingir os seus objectivos – e isso se tornará um grande desafio empresarial.

 

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